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O calibre 8x57

O calibre 8x57

O calibre 8x57

O 8x57, tanto na versão JS para carabinas de ferrolho como na versão JRS para as carabinas de express, talvez seja um dos melhores calibres para a nossa Caça Maior e seguramente reinaria se os alemães não tivessem perdido a II Guerra Mundial.

O 8X57 é um grande desconhecido para a maioria dos caçadores e na verdade é um excelente calibre para caçar tanto a nossa fauna como pelo processos mais comuns, com são as esperas e as montarias.

Origem militar

Depois do conflito entre a França e Alemanha em 1870 (Guerra Franco-Prusiana) dá-se uma autêntica corrida ao armamento entre estes dois países, sendo os franceses os primeiros a utilizar a pólvora sem fumo (inventada pelo químico francês Vielle) nas suas carabinas Lebel de calibre 8x50 R. Os alemães superam rapidamente os franceses desenvolvendo uma carabina de repetição de culatra, a “Comision 1880”, com carregador para cinco munições, enquanto a Lebel se carregava com uma única munição de cada vez. A arma alemã utilizava o calibre 8x57 J (o “J” significava “infantaria”, que em alemão se escreve tanto com “J” como com “I”, pelo que também se podia escrever 8x57 I) de pólvora sem fumo e que media 0,318 polegadas de diâmetro e montava um projéctil de 226 grains. Em 1898 nasce a carabina Mauser 98 e em 1905 os alemães adoptam um novo calibre que mantém o invólucro do 8x57 J, mas com um novo projéctil de ponta “aguçada” (spitzer em alemão) mais leve, com 154 grains e de calibre ligeiramente maior, com 0,323 polegadas, melhorando assim as prestações balísticas em relação ao calibre original (2.880 pés/s contra 2.093 pés/s). Este novo calibre foi denominado de 8x57 JS, “J” de infantaria e “S” de spitzer. Como o “I” e “J” valem o mesmo, encontramos munições marcadas com ambas as letras. Mais tarde é desenvolvida uma versão para as carabinas de canos basculantes (express, monotiro, drilling, etc.); o 8x57 JRS.

Se por acaso um dia tiver nas suas mãos uma carabina militar desta época, é importante ter em conta que não deve disparar munições “IS” ou “JS” numa carabina marcada com “I” ou “J”, pois pode produzir-se um rebentamento. O contrário, não será tão perigoso mas haverá uma perda de precisão, pois a bala é mais “estreita” que o estriado do cano.

Em relação à precisão e prestações militares do 8x57 JS, praticamente todos os conhecedores de balística da época reconheciam que eram superiores às do .30-06 (também ele de origem militar), possivelmente devido à qualidade da pólvora utilizada pelos alemães, superior à americana.

Apesar da superioridade do calibre, que pouco teve a ver com o desenvolvimento da guerra, os alemães perdem o confronto e o 8x57 praticamente desaparece do mercado, abrindo-se o caminho para o .30-06.

O 8X57 JS, disponível em carabinas de ferrolho e em algumas semiautomáticas.

Na caça

Alguns fabricantes de munições como a RWS, Hirtenberger e a Norma, ressuscitaram o 8x57 e hoje já é possível encontrar munições neste calibre dos principais fabricantes norte-americanos, com ao Winchester ou a Hornady.

A Norma carrega munições em 8x57 JS com projécteis de 196 e 165 grains, que conseguem excelentes prestações e cobram na perfeição qualquer peça de Caça Maior da Europa. Na versão com “rebordo” – 8x57 JRS – utilizada nas carabinas express é muito agradável de disparar e além disso muito preciso. A sua trajectória pode não ser espectacular se for comparada com os magnum actuais, mas se o fizermos com o .30-06 e o 9,3x62 não se fica atrás. A velocidade à boca é de 770 m/s rondando os 600 m/s a 200 metros de distância, ou seja, mais do que suficiente para garantir uma boa penetração e expansão do projéctil. Em relação à energia, obtemos 3.765 Joules à boca do cano e 2.205 Joules a 200 metros, o que sem ser deslumbrante é mais do que suficiente